Doces lembranças

Hoje, a saudade bateu forte... 

Na pequena cidade onde eu morava, só existia uma única sorveteria que, na verdade mesmo, era um bar que fazia picolé. Sorvete de massa? Sabe aquela música do Zeca Pagodinho que diz: "Nunca vi, nem comi eu só ouço falar"? Pois bem, era assim o sorvete de massa - só na imaginação. Mas aquele picolé, Spumoni (era assim o nome) cor de rosa, era especial; e sabores de infância ficam pra sempre registrados no nosso cérebro.

Aqui na Branca é frequente atendermos pessoas que param diante de certos sorvetes e falam, às vezes sozinhos, baixinho: "hummm... sorvete da minha infância".

Eu já estava com 8 anos quando fui tomar sorvete meeeesmoooo, daqueles de taça, enorme. Foi em Leme, cidade próxima a Araras, onde íamos passar as férias na casa dos meus avós. Meu tio nos levou a uma sorveteria e eu fiquei maravilhada com a primeira taça de sorvete que tomei na minha vida, alí, na minha frente! E tinha sorvete verde! Como assim? Sorvete verde? Era pistache... e eu ía lá saber o que era pistache? Eu queria mesmo era me entregar àquela fartura de sorvete.

Esse episódio ficou gravado no meu cérebro com muita intensidade de cores e sabores, os quais lembro até hoje quando tomo sorvete de pistache.

Depois de alguns anos abriu uma sorveteria na minha cidade e aí então os sabores clássicos como, coco queimado, creme holandês, ameixa, milho verde, creme, chocolate e morango eram os deleites da gente. Mas tomava-os somente uma ou duas vezes por mês porque a grana era curta. Então, esperava ansiosamente pelo dia do pagamento do meu pai.

E hoje, olha eu aqui, nesse meu mundo repleto de sabores, cores e aromas os quais sempre me fazem recordar desses momentos da minha infância. Por isso, eu acredito que o sorvete, para todas as crianças, estará presente eternamente nas suas recordações.
Um grande abraço a todos.

Adriene